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Como ficam os agregados nos Conselhos de Empresas Familiares ?


Existem muitas situações em nossas vidas que podemos classificar de certas ou erradas. Outras, por sua vez, são bem mais difíceis de categorizar e dependem de quem, quando ou como são analisadas.

Um caso típico é quando, em conversa com famílias empresárias, falamos em convidar ou não agregados (noras e genros) a participar dos Conselhos Consultivos ou familiares de seus negócios. As deliberações levam, em geral, bastante tempo e o resultado é fruto de intensas discussões, o que é salutar. O importante, entretanto, é definir que o certo é o que a família decide, registra posteriormente em seus protocolos e pratica. Não existem duas famílias iguais sendo que cada uma tem a sua maneira de pensar sobre o assunto.

É bastante comum nas famílias empresárias, empregar os filhos e agregados em seus negócios. Estes crescem e chega a hora de se formar um Conselho de família ou consultivo. Quem convidar? Em primeiro lugar se pensa nos filhos, mas logo em seguida em suas esposas e esposos. Acontece que nem todos ocupam a mesma posição hierárquica na empresa. Provavelmente nesses casos apenas os agregados em alta posição de gestão serão convidados a participar do Conselho, o que mais uma vez poderá gerar desconforto nos diversos núcleos familiares. Caso todos sejam convidados, podem ocorrer por exemplo, problemas em âmbito da estrutura organizacional. Um agregado estando num escalão inferior e participando do Conselho, será indiretamente chefe de seu próprio chefe. E essa relação não é sadia.

Há o caso também das famílias com vários filhos e vários agregados. De repente um dos agregados tem o perfil ideal, por sua competência e experiência, e pode contribuir participando do Conselho da empresa. O dono da empresa o convida a participar na melhor das intenções, mas não se lembra da questão da equidade. Os ressentimentos entre irmãos, conflitos reprimidos se manifestam e o sentimento de injustiça para um e outro surgem. Os pais devem estar cientes que, ao convidarem um agregado a participar do conselho, os demais também o deveriam ser. É claro que nem todos têm o perfil adequado para ser conselheiros o que pode gerar incômodos e fazer com que a produtividade fique prejudicada.

Outras famílias optam por admitir os agregados em seus Conselhos, limitando a sua participação no rol dos assuntos pautados. Por exemplo, temas relacionados às decisões patrimoniais e societárias deveriam ficar restritos ao núcleo familiar.

Os agregados são as mães e pais dos netos e futuros herdeiros. Trabalhando ou não na empresa deveriam acompanhar o que acontece nos negócios que um dia será de seus filhos. Muitas famílias organizam encontros familiares geralmente, em festas de final de ano, para conversar e falar da empresa da família. Outras famílias promovem duas reuniões anuais. O ideal é que esse assunto relacionado à participação dos agregados nos Conselhos, seja definido antes que os filhos se casem. Uma vez casados é mais difícil estabelecer as regras sem provocar incômodos entre filhos, noras e genros. Importante é que protocolos sejam elaborados contendo os regimentos internos dos Conselhos que especificam quem deve ou não ser conselheiro.

O ideal é que filhas e filhos tenham conhecimento das regras do jogo antes de selarem seus laços matrimoniais. Muitos conflitos poderão, dessa forma, ser evitados, criando condições para a perpetuação do negócio familiar.



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